Quando está de carona!
terça-feira, 27 de julho de 2010
domingo, 25 de julho de 2010
No chão - Parte II
Pela estrada, na Rodovia Presidente Dutra, no Rio de Janeiro, também foi impossível deixar de ver, por quase um quilômetro, muros com dizeres de vende-se peças para veículos como Fiat, Volk’s e todas as marcas.
Sucatas entulhadas que pela estrada dá para imaginar a dimensão de quantos milhares de veículos que atrás daqueles muros tiveram seus destinos certos.
Algumas sucatas embaixo de telhados, como sardinha em conserva, mas a maioria exposta ao tempo – que imagino agora servir como hotéis para larvas de pestes como a dengue.
Nem precisa ser especialista para deduzir que veículos roubados diariamente têm um destino certo e perto. E pior, também tem grande público, por isso ainda existem. É um tipo de crime que não existe um só culpado, a sentença é popular e não nominal.
Quem finge que não vê, também mente que não compra.
Sucatas entulhadas que pela estrada dá para imaginar a dimensão de quantos milhares de veículos que atrás daqueles muros tiveram seus destinos certos.
Algumas sucatas embaixo de telhados, como sardinha em conserva, mas a maioria exposta ao tempo – que imagino agora servir como hotéis para larvas de pestes como a dengue.
Nem precisa ser especialista para deduzir que veículos roubados diariamente têm um destino certo e perto. E pior, também tem grande público, por isso ainda existem. É um tipo de crime que não existe um só culpado, a sentença é popular e não nominal.
Quem finge que não vê, também mente que não compra.
sábado, 24 de julho de 2010
No chão
A cada duas passadas, em um espaço com distância menor que um quarteirão, sobre uma marquise lá estavam pelo menos cinco no chão. Entre pessoas passando, correndo da chuva e comércios fechando eles não se moviam. Os que passavam não os viam ou pelo menos fingiam. Estariam mortos?
O que fizeram essas pessoas chegarem a esse ponto? Ou será... o que não fizeram e nem fazem para tirarem-nas de lá? E imaginar o quão é maior a dimensão disso: nos pontos, marquises, viadutos. Quantos que como estes estão não só neste momento, mas todos os dias, noites e durante uma vida inteira ou grande parte dela neste triste cotidiano.
Triste foi a palavra mais ‘triste’ para definir a cena – dita por duas mulheres que também passavam, como eu, espremidas na sombrinha, correndo o quanto podiam para encontrar um lugar seguro.
Foi assustador ver a multiplicação de gente deitada sobre papelões, cobertas por eles ou não – com cobertores cor de asfalto, outro com lençol tão fino, quase translúcido. Gente... são gente! Gente que dormia às 19 horas de uma noite de sexta-feira, na Cinelândia, no Rio de Janeiro, não porque estavam cansados de um dia intenso, mas talvez em viver a vida tensa e triste a que foram levados; talvez porque dormindo a gente pode sonhar e viver a realidade que não se tem.
Em casa, em minha cama quente e segura lembrei a cena, que na verdade não saiu da cabeça, me acompanhando durante uma viagem que durou 3h30min.de congestionamento e chuva.
Pensei, agradeci, chorei e rezei. Essa noite o pedido especial tinha endereço certo, ou o certo a dizer é: não tinha endereço.
A cada duas passadas, em um espaço com distância menor que um quarteirão, sobre uma marquise lá estavam pelo menos cinco no chão. Entre pessoas passando, correndo da chuva e comércios fechando eles não se moviam. Os que passavam não os viam ou pelo menos fingiam. Estariam mortos?
O que fizeram essas pessoas chegarem a esse ponto? Ou será... o que não fizeram e nem fazem para tirarem-nas de lá? E imaginar o quão é maior a dimensão disso: nos pontos, marquises, viadutos. Quantos que como estes estão não só neste momento, mas todos os dias, noites e durante uma vida inteira ou grande parte dela neste triste cotidiano.
Triste foi a palavra mais ‘triste’ para definir a cena – dita por duas mulheres que também passavam, como eu, espremidas na sombrinha, correndo o quanto podiam para encontrar um lugar seguro.
Foi assustador ver a multiplicação de gente deitada sobre papelões, cobertas por eles ou não – com cobertores cor de asfalto, outro com lençol tão fino, quase translúcido. Gente... são gente! Gente que dormia às 19 horas de uma noite de sexta-feira, na Cinelândia, no Rio de Janeiro, não porque estavam cansados de um dia intenso, mas talvez em viver a vida tensa e triste a que foram levados; talvez porque dormindo a gente pode sonhar e viver a realidade que não se tem.
Em casa, em minha cama quente e segura lembrei a cena, que na verdade não saiu da cabeça, me acompanhando durante uma viagem que durou 3h30min.de congestionamento e chuva.
Pensei, agradeci, chorei e rezei. Essa noite o pedido especial tinha endereço certo, ou o certo a dizer é: não tinha endereço.
Bem vinda a nova era
Assinar:
Postagens (Atom)